tag:blogger.com,1999:blog-82036788407717357802024-03-13T08:25:43.317-07:00O Verme verdeO caos que rastejaO Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.comBlogger168125tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-14123648446838988462011-05-10T10:10:00.000-07:002011-05-15T19:18:07.012-07:00Se chego antes da hora<br />
evito o encontro certo.<br />
<br />
Agarro o menor segundo<br />
a parte breve do incerto.<br />
<br />
Cada suspiro é medida,<br />
a chuva que cai<br />
é agouro.<br />
<br />
Ante ao carrasco passa a vida,<br />
nave sem ancoradouro.<br />
<br />
Maldoso, o vento desperta.<br />
E a sua presença demora.<br />
<br />
Marca o silêncio a hora certa,<br />
A hora certa é agora.O Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-85191808351491315462010-08-26T11:32:00.000-07:002011-01-31T16:45:45.266-08:00Olá.O espaço entre o suspiro<br />
E o suspiro que virá<br />
<br />
Borboletas no estômago?<br />
Ou azia de matar?<br />
<br />
As lentes de perna pro alto<br />
Um cigarro e um olá.<br />
<br />
O sossego é quando a falta<br />
Deixa de incomodar.<br />
<br />
O silêncio e a burrice<br />
Se encontram no sofá.<br />
<br />
Basta acender a lenha<br />
E:<br />
- Soprar a fumaça pra lá.<br />
<br />
Olhar o sol que ilumina<br />
O capô do carro do Osmar.<br />
<br />
O sorriso do menino<br />
Que cansou de esperar.<br />
<br />
O espaço entre o espirro<br />
E o espirro que virá.O Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-44739138873368036732010-04-20T12:47:00.000-07:002010-05-03T06:51:59.683-07:00Remédios, a bela.Minha doença sem cura.<br />
Eu aceito que eu sou: por saber que não tem cura.<br />
Não posso me curar de mim.<br />
Adoeço porque sou. Sou eu.<br />
Meu eu que ultrapassa seu "si mesmo".<br />
Eu sou e sou o que sou.<br />
Meu único antídoto é a morte.O Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-33774866655442905402010-04-20T12:13:00.001-07:002011-01-31T16:54:42.243-08:00Tetra ChavePela fresta:<br />
Seu pé,<br />
Suas pernas,<br />
Sua testa.O Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-65448862350791875232010-04-20T11:55:00.000-07:002011-01-31T17:04:38.765-08:00Quem tem pé se cansa.Solto o pé na quietude que têm o ar a três metros do chão.<br />
Com o outro pé apoiado, levita um dos pés.<br />
O outro espera.<br />
Pé é isso: aguardar. Ter pé é poder esperar, arduamente, de pé.<br />
Quem te pé se cansa.<br />
Um pé a mais faz tanta diferença. À força de anomalias existe alguém com três pés. Eu não preciso ter visto pra saber. È extraordinário, mas não é isso. Um pé a mais faz tanta diferença. Na porta da porta eu recuo. Um pé a mais e eu entrava. Um pé a menos (?) e fico.<br />
Ter pé é ter sobriedade, eu piso no chão e o chão faz parte de mim. Eu fecho os olhos e sinto o chão no pé. Sinto o chão no pé e sei que existe o chão e o pé.<br />
"- Meu pé, meu querido pé". E sorrisos com um pé no ar.<br />
Não.<br />
Meu pé são dois.<br />
Ter pé é ver o caminho por outro ângulo. De pé: noventa graus. Quem tem pé tem rumo. Quem têm mãos tem Deus.O Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-69286865938501753032010-04-12T14:00:00.000-07:002010-04-12T14:00:04.248-07:00Cada vez mais e cada vez mais.De dentro do não-sei-onde<br />
Dormindo um sono de eras<br />
Ela acorda em ronco-ronco<br />
E localiza dentro do "Eu"<br />
A existência do não-sou<br />
Anuncia o (des)existe<br />
No som calado do dentro<br />
De repente, assombrado<br />
O fígado palpita a bílis<br />
E a boca cospe o acasoO Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-89454642348624434122010-03-31T13:25:00.000-07:002011-01-31T17:08:47.873-08:00A lebre, o crime, o jogo.Solto e leve feito um animal solto e leve.<br />
Uma lebre selvagem com os olhos vermelhos.<br />
Voa, voa lebre assassina, vá buscar a sua presa,<br />
Na cama, na mesa com Thereza.<br />
Os dias, os meses, os anos.<br />
São tristes, muito tristes, quase morte.<br />
Por pouco, muito pouco, faltou sorte.<br />
E antes de morrer, acusou:<br />
Seu irmão.<br />
Grave crime.<br />
Autópsia.<br />
Escritos.<br />
Pés.<br />
Lâmpadas.<br />
Sussurros.<br />
E o morto:<br />
Estático feito nuvem,<br />
Passou voando.<br />
Eis que: grande espanto do público.<br />
Era inacreditável.<br />
Extraordinário.<br />
- Pânico.<br />
Explosões.<br />
Eis um fim para o crime<br />
Que sem culpados condenados<br />
Permanece imóvel, feito nuvem.O Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-85883016696300153482010-03-28T11:21:00.001-07:002011-01-31T17:09:49.176-08:00Anomia.E ao toque surdo dos dedos,<br />
O espelho(denso) quebrou-se.<br />
Ficaram os pedaços caídos...<br />
Que passaram a refletir cem vezes:<br />
A face do criminoso.O Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-78118421651493288022010-03-23T07:58:00.000-07:002010-03-23T07:58:12.566-07:00A parte interessante mora antes da fala.E por mais inquietante que fosse<br />
E por mais palavras que dissessem<br />
E por mais que confabulassem<br />
O que os fazia amigos<br />
Era o silêncioO Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-10706641438793001042010-03-22T13:32:00.000-07:002010-03-22T13:32:55.647-07:00FutureO futuro é: distante<br />
O futuro é: suave<br />
O futuro é: doído<br />
O futuro é: civilizado<br />
O futuro é: ar-condicionado<br />
Interno.O Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-52594849191716063542010-03-22T13:29:00.001-07:002011-01-31T17:11:29.564-08:00Em, com, chave.Agarro o seu seio<br />
E me ponho entre<br />
A colcha e o colchão<br />
Você me descobre<br />
Levanta o lençol <br />
Me joga no chão.<br />
<br />
Eu grito de espanto<br />
Sem esperar tanto<br />
Me deito no canto...<br />
<br />
E você me inspira<br />
Eu te respiro,<br />
Aí sim você pira<br />
Devagar... põe a mão<br />
Deixa roxa a minha coxa<br />
Num refluxo de suspiros<br />
Da minha, faz-se a sua<br />
RespiraçãoO Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-91028732893998641952010-03-22T07:07:00.001-07:002010-04-08T15:31:43.347-07:00Pernas.Pernas, são elas<br />
As donas da corrida armamentista.<br />
Pernas, sempre elas<br />
Carentes de um ismo<br />
Afogadas nuas num abismo de saias.<br />
Viva o pernismo!<br />
Que nunca caia.<br />
O pernismo nunca<br />
Mas que caia a saia!<br />
Se descobertas as pernas<br />
Ficarão livres da ilusão<br />
Da calça?O Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-75745265963758184682010-03-15T13:45:00.001-07:002010-03-20T11:18:32.936-07:00Mãos sobre a mesa.O tato indica<br />
A farpa solta<br />
A dor vem fácil<br />
Uma pontada<br />
Ligeiramente fraca.<br />
Vejo meus dedos<br />
Todos perfeitos<br />
Na imperfeição que é<br />
Ter dedo.<br />
Lembro calado,<br />
São minhas falhas;<br />
Minhas fendas:<br />
Superficiais.<br />
A morte no início<br />
Começa pelas mãos?O Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-20481371156962976612010-03-15T13:30:00.000-07:002010-03-15T13:30:08.774-07:00ImoralidadeQuando<br />
Ao apagar o quadro<br />
Ela mostra a axila<br />
Seus dedos do pé<br />
Tremem<br />
No alto do salto<br />
O corpo vacila<br />
<br />
Conservo na sanidade<br />
Meu olhar de monstro<br />
Meio Bruxa Má<br />
Meio Godzilla<br />
Mordo forte o lábio<br />
Sinto um gosto amargo<br />
E o vibrar intenso da pupilaO Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-24647199385999277982010-03-15T11:05:00.000-07:002010-03-15T11:05:16.606-07:00Simplicidade?Retornar ao quarto,<br />
Depois do café.<br />
Enganar o sol<br />
- Se esconder do ar.<br />
Inspirar as gotas<br />
Do suor sozinho.<br />
É pequeno o destino,<br />
(Se eu controlo tudo)<br />
Encolher os amigos,<br />
Romper uma tarde<br />
E dormir.<br />
Há um marco?<br />
Um espaço único?<br />
Que o ser se encontre?<br />
Sozinho?<br />
Ensimesmado?<br />
Interrompido?O Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-9673589317028072902010-03-07T10:10:00.000-08:002010-03-07T10:11:28.066-08:00O caos que rasteja.<div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="font-family: Times,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="font-family: Times,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">Todo ser que sobre a terra rasteja, do caos é filho, ao caos pertence.</span></div><div style="font-family: Times,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">Toda dádiva que à mesa se apresenta, é servida crua, ao paladar agrada.</span></div><div style="font-family: Times,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;">Toda dor recolhida na alma, machuca os ossos, e nunca cala.</span></div>O Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-43709436262445002492010-03-07T09:58:00.000-08:002011-01-31T17:13:52.400-08:00É isso. É.A vida é isso, Úrsula:<br />
Eterna dicotomia,<br />
Emaranhado sinestésico de acasos,<br />
Polvorosa de futilidade e suor.<br />
É câmera que desdobra a figura humana,<br />
Lente que aumenta a maudade da criança.<br />
É pedaço pouco de matéria morta.<br />
Soluço que vagueia nas horas...<br />
A vida é, Úrsula:<br />
Continuidade sabor creme dos deuses.<br />
É selva, pedra e tambor;<br />
É quarto, árvore e teto;<br />
É falta de onde ir;<br />
De onde estar;<br />
De onde ser.O Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-7410158377250250012010-03-05T08:19:00.000-08:002010-03-05T11:52:38.102-08:00A moral, as criancinhas e o pequi.O comportamento dito "moralmente aceito" é tema de divergência, luta armada (!), pré-conceito, conceito. Existe consenso? Claro. A sociedade em parte é isso, consenso moral. As criancinhas discordam - não faz mal, elas servem pra isso. Um exemplo central da moral? Sempre elas, as vestimentas (?); use-as ou deixe-as. Use-as sempre e deixe-as para serem lavadas. A sujeira incomoda o papa, não se esqueça. A moral do papa não é a moral criada pelo papa. A moral do papa é a moral com a qual o papa convive, concorda. O papa aqui não manda nada. Tudo bem, ele é chefe da igreja, comanda a instituição mais controladora da terra depois da pornografia. Então, suponhamos que participe indiretamente da moral dos outros, que é a sua, por fazer parte "dos outros". E o pequi? Fruta amarela. Impõe sua moral nas ruas. Colore as lixeiras. Empresta seu odor às massas (Grande frase!). Diverte os lábios, ativa a memória e tem espinhos. Essa parte dos espinhos entra no processo moral. A moral nata do pequi. Oferece seu sabor e impede-nos de mordê-lo. Barra o pressuposto da fome que "exige a destruição do apreciado" na metade. Moral também é isso. Fruta de moral, o pequi. A cor da moral: o amarelo. O comunismo é vermelho, a São Paulo é cinza, a paz é branca, o passado é negro, o céu é azul e a moral é amarela. Alguém discorda?O Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-50856965286018344092010-03-05T08:01:00.000-08:002010-03-05T08:26:24.827-08:00Abstraia e aleluia!Arrume tudo!<br />
Guarde nos armários.<br />
Não é pecado, ponha a cruz na gaveta.<br />
Olhe pro teto, tampe as rachaduras.<br />
Não deixe a história te confundir...<br />
Assim se fez o universo, arranjou-se.<br />
Pense menos na sujeira, a poeira é seu início, lembra?<br />
Tape os bueiros, a água arranjará suas galerias sozinha.<br />
Faça um voto à castidade dos sonhos, conserve-os puros.<br />
Tranquem na geladeira os filhos, antes eles não existissem.<br />
Que alívio a solidão assistida por si mesmo.<br />
Abstraia, e te observe do alto.<br />
"Espectador da própria existência”O Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-91097176053420467782010-03-05T07:48:00.000-08:002010-04-10T07:52:23.157-07:00RecessoNo tropeço que eu dei<br />
Durante esse processo<br />
De quase cair,<br />
Entrei em recesso.<br />
Pensei no chão perto<br />
E ainda, na vida<br />
Não tinha resposta, era isso!<br />
A pergunta bateu na cabeça!<br />
Eu poderia ter saltado a pedra.<br />
Mudado de rumo, virado e saído.<br />
Voltado calado e dormido.<br />
Ah!, eu prefiro o tropeço,<br />
Ao tédio.O Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-85904008928346650082010-02-23T15:52:00.000-08:002010-02-23T15:52:07.043-08:00Tragédia<span style="font-size: x-large;">Uma carabina, duas balas.</span><br />
<span style="font-size: x-large;">Possibilidades infinitas.</span>O Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-79531488529643486442010-02-23T15:30:00.000-08:002010-04-10T07:53:46.157-07:00Amor perfeito e risos.Escondo todo o desprezo que sinto<br />
E traço a certeza do amor perfeito<br />
Sem pontos, vírgulas, defeitos<br />
É raro, mas é possível.<br />
<br />
Inspiro e prendo o ar<br />
Deixo encher o peito<br />
Apontam os mamilos:<br />
É o mais perto que chego.<br />
<br />
Fecho bem o olho esquerdo<br />
Escondo com a mão o direito<br />
Os dois lados escuros:<br />
É amor com respeito.<br />
<br />
Deixo um bilhete curto<br />
No piso sujo do quarto<br />
Espero que ela ache<br />
E me ame.O Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-9734187240091745462010-02-23T15:14:00.001-08:002010-02-23T15:15:20.244-08:00Um, um.<span style="font-size: large;">Reflete a falta do que fazer: poema.</span><br />
<span style="font-size: large;">Reduz qualquer luz quadrada.</span><br />
<span style="font-size: large;">Janela, quadro, mesa, cabeça...</span>O Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-56691240603991363282010-02-23T14:58:00.000-08:002010-02-23T15:10:50.508-08:00Prece.Quem dera ao triste fim de um garoto.<br />
Sofrido, machucado, em canto escuro,<br />
Ah! Ouvir um som de rato do esgoto,<br />
Tocando um tambor bem vagabundo.<br />
É pouco, eu sei, é muito pouco.<br />
É nada, é som de bicho, é som imundo,<br />
Sou louco, eu sei que sofro, eu sei que tudo:<br />
É parte, é muito pouco, é raso e fundo.<br />
<br />
No meio o devaneio, o João, a Joanna.<br />
Acabe, rasgue a roupa, pise forte.<br />
Atrase, lave o cabelo, mude o corte.<br />
Na trave com o goleiro, a bola, a morte.<br />
<br />
Segure na mão do mestre, clame, chore.<br />
Reclame seu destino de humilhado,<br />
Quem sabe, quem nunca sabe, quem sabe e cala,<br />
A fala quer de presente um namorado.<br />
<br />
Esconda sua miséria no travesseiro,<br />
Mas antes guarde um papel que prove tudo.<br />
Gavetas, imagens santas e dias tortos.<br />
É muco, é muro sujo, é o fim do mundo.O Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8203678840771735780.post-55057419766603330982010-02-23T14:47:00.000-08:002010-02-23T14:47:42.944-08:00Um, dois, três, aleluia!Quando tenho pausa no velar da vida, reflito: procurar é sempre a chave pra encontrar aquilo que não se perdeu. Meu olhar procura a casca da ferida no tapete, encontra a lasca de madeira da cruz. Sem sentido como a água que flutua sobre o copo, absurdo como as curvas da luz. Se procuro em algum canto, ouço dentro o terremoto, falham as pernas, os sentidos. Um achado tão fantástico, mentido, sumido entre os frascos coloridos. São passos que o "se" há de dar. <br />
- Onde você perdeu o senso? <br />
- No inferno, quem sabe. Vai buscar?O Verme Verdehttp://www.blogger.com/profile/17100511522263251237noreply@blogger.com2