Poeminha 21 aleatório

29 de out. de 2009
Chove as gotinhas no cimento
A água se faz e forma a poça
Chuva só é bom se tem galocha
Que não deixa molhar o pezinho

A cidade leve nua turva a rua
Se o óleo negro escapa do motor
Na água o sol bate e multicor!
Arcos-celestes tingem a calçada

Chove animação na festa aberta
Molha a teta dela e a sua testa
E vão-se os carrinhos de algodão
Descansar nas varandas cobertas

Quem leva a vida livre do telhado
Sai à procura de teto e de afeto
A chuva no início afeta o vício
E dói a dor latente do reumatismo

E não se ouve mais as criancinhas
Os cachorros dormem encolhidos
Os ladrões respeitam o muco do muro
Fecham-se as janelas da “sala de tv”
Ninguém recebe visita em dia de chuva

1 comentários:

Mari Ana disse...

Ninguém recebe visita, e fica todo mundo nublado.

Sabe o mais bacana de seus poeminhas?
É que você escreve sobre o óbvio, um óbvio tão óbvio que as pessoas se esquecem de falar.
E o resultado final é ótimo!

Um cheiro!