Poeminha para lápide de deusinia

1 de nov. de 2009
Um dia
Um belo Dia
No meio
Da mata verde
A deusinha
Desapareceu

Sumiu,
Assim de repente
E no mato
Se perdeu

Chovia o céu
Nesse dia

O tal do fim
Da deusinha
Que tadinha
Molhadinha
E sozinha...
A braquiária engoliu!

Os bombeiros
Procuraram
Os moradores
Procuraram
Os familiares
Espalharam
Cartazes
Pelo mato

Um pardal
Faminto
Procurava
O que comer
E avistou
A deusinha
Encolhida
Coitadinha

Papou deusinha
Todinha
E só sobrou
A pontinha
Da calcinha
Pra contar
A historinha

PUFF!

A mesma luta
E eu apanho
Apanho sempre
Se no engano
Do banho
De palavras
Só as larvas
Me importam
Sou torto
E feio
Não ligo
Releio
O livro
Da estante
E num claro
Instante
Eu vejo
Que o mundo
Inteiro
Espera
A palavra
Que existe
E flutua
Calmamente
Ou feito
Um furacão
E eis que
No lampejo
De pura
E límpida
E nua
Ação
Alguém
Percebe
E pega
Estouro!
Um poema

Poeminha 25

Ela diz
Que eu me acho
Eu me acho
No que ela diz

Blue song

Entenda-me agora
Ás vezes eu sou
Rude
E você se afasta
De mim

Mais o som
Continua bom

Por favor,
Só acompanhe

Uma vez
Aquela vez
Eu fui rude

Mas o som
Ainda flui

Por favor,
Só acompanhe

Mesmo que você escute
Alguém gritando
Ao fundo
Palavras em azul

Uma coisa, amor:
Foi uma vez
Aquela vez
Acabou!

As notas ainda
São as mesmas
E o som,
Ah! O som...

60

Uma valsa de minuto
Um pulinho só
Ou dois

Pode ser grave
E alegre
E passar...

Há de ser rápida
A letra
Para acompanhar

Há de chegar
O fim
Para concordar