Cada um, samba a nota
A nota oferecida
Na bandeja com ou sem
Bebida
Na bandeja com ou sem
Não vale a pena sambar
Se o batuque não é bom
É melhor ajoelhar, rezar
Pressa zica passar
Pega a cadeira, Janaína
E passa pra lá
Põe a cadeira no canto
E sem canto
Vá se sentar
Põe a cadeira no canto
E sem encanto
Vá se sentar
Põe essa cadeira no canto
E aos prantos
Vá se sentar
Rapa pra lá
Esse samba não compensa
Até essa zica passar
Deixa o garçom voltar
Vou pedir uma bebida
Pra gente se animar
Vou pedir uma bebida
Com ou sem medida
Na bandeja com ou sem
Na bandeja com ou sem
...
A pergunta que perturba é: como controlar a dormência da consciência que de dentro de nós avança? Como se dormíssemos pro mundo e só existíssemos pra dentro. Um dentro superficial. Longe do fundo e perto da tampa. Existir é fácil, difícil é sentir a existência. Ser consciente dos "eventos" que são percebidos pelos sentidos não é complicado. Mas os sentidos são exatos? Os sentidos são falhos!, como falha é a consciência. Fadados à fabilidade. Fadados ao desespero da tampa longe do fundo. Ao desespero na ponta do abismo; ao desespero que não enlouquece, mas atormenta. É como carregar a dor da perda e nunca descobrir o que foi perdido. É um problema sem solução. E sem solução não há problema. Pela metade: A existência, a consciência, os sentidos, a verdade... Vivemos pela metade, sentimos pela metade, somos a metade - que não é parte nem todo. Existimos no limite. No limite do meio termo.
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