Poeminha 31

31 de out. de 2009
Esgueirava-se nua pela sala
À sombra do armário estava
A face cravejada de marcas
O frio deixava-se ficar
A chuva caia dolorosa
Alguém assoviou na rua
E fez-se a cena da morte
A garota agora visível
Não tinha 12 anos feitos
E falou, falou como padre
Como padre há muito morto
Falou em língua perdida
E secamente virou-se, nua
Sumiu no escuro da casa
Engolida pelo escuro da casa

Carne amarga

Arranha a alma
E vamos seguindo
Mesmo sem andar
A gente acaba indo

Vamos, meu doce
Mude o seu sorriso
E veja à frente
O caminhar vencedor

Se você não sente
Que pena
Tudo entre nós se apagou

...

Para poder sem sim
Para poder tem sim
Para poder ter sim
Para poder ser sim
Para poder ler sim
Para poder ver sim
Para poder vem sim
Para poder nem sim
Para poder bem sim