Bum!

7 de dez. de 2009
Eu quero um encanamento novo
Que canalize a intensidade
Dos meus quase-sentimentos noturnos
Tão fortes e tão fulgazes

Para o sangue sobre o chão

O sonho da menina correndo sem fita no cabelo
Rompido quando abrem à porta e chamam, chamam
E eu atendo o telefone, sem café, sem alegria
Só o gosto de sangue que sobrou do sonho
Eu sou o que sobrou dos meus sonhos
E eles foram tantos, tantos que eu esqueci quase todos
E eu era muito, tanto e transbordava
Era prato cheio de coisa boa
Era uma explosão de areia no centro da cidade
Todo mundo me via e eu queria assim
Mas sempre acordava e só sobravam migalhas
E migalhas são coisas poucas, de menos, são falta...
Nem precisam de prato, cabem mesmo na mão

Uma Porta

Tem um olho
E o olho abre
Tem uma boca
Que se abre toda
Na frente da casa
Tem uma porta
Que está fechada
Nunca foi aberta
Quem a colocou ali
Saiu pelos fundos