De quem será
A mão
Esquerda
Que empurra
O berço
Na escuridão?
Não deixo
Aberta
A porta
Fecho
A janela
Bem!
E durmo
Quietinha
Não acordo
Ninguém...
Poeminha 18 (anos)
O sorvete
Doce pela boca
Tem gosto
De barulho
De carroça
Mas é azul
Pra vista
Que gosta
Ice blue!
Desce gelado
Na goela
E sai
No roxo
Do cu
Doce pela boca
Tem gosto
De barulho
De carroça
Mas é azul
Pra vista
Que gosta
Ice blue!
Desce gelado
Na goela
E sai
No roxo
Do cu
Parquinho
Quadrado de crianças
Brincando de peteca
A nuvem se anuncia, carregada
Ouve-se o borbulhar
Da escovinha da empregada
O dia se umedece
E a chuva acelera e desce
Cai-caindo num toró
Desabando o céu todinho
Sem dó
Brincando de peteca
A nuvem se anuncia, carregada
Ouve-se o borbulhar
Da escovinha da empregada
O dia se umedece
E a chuva acelera e desce
Cai-caindo num toró
Desabando o céu todinho
Sem dó
Da dor que a escrita dá
Na fase do não escrevo
A mão torna-se pesada
O estilo perde o fio
E a folha, a meada
O que antes era leve
Engrossa-se e desafina
E o poema que era fácil
Sublima.
O que antes era claro, turva
O que fora clarão, anuvia
E outra vez pousa a mão sobre a mesa
A falta de formas
Torna-se então
Leveza.
Com Thatyellen*
A mão torna-se pesada
O estilo perde o fio
E a folha, a meada
O que antes era leve
Engrossa-se e desafina
E o poema que era fácil
Sublima.
O que antes era claro, turva
O que fora clarão, anuvia
E outra vez pousa a mão sobre a mesa
A falta de formas
Torna-se então
Leveza.
Com Thatyellen*
Passado
Tudo, tudo passa:
A noite desesperada
A morte da filha amada
A casa incendiada,
Pela burrice da empregada
O dia da ira mortal
A multa por ultrapassar
O sinal daquele corte
A falta noturna de amor
O dissabor do beijo
Dado sem desejo
A noite desesperada
A morte da filha amada
A casa incendiada,
Pela burrice da empregada
O dia da ira mortal
A multa por ultrapassar
O sinal daquele corte
A falta noturna de amor
O dissabor do beijo
Dado sem desejo
Poema 71
Se na manhã o não se levanta
E corre o derredor da avenida
E o sol de luz se anuncia
E dói a vista desacostumada
Tapa-se o olho com a mão
Entre a avenida e a calçada
Passa correndo o caminhão
E interrompe a caminhada
E corre o derredor da avenida
E o sol de luz se anuncia
E dói a vista desacostumada
Tapa-se o olho com a mão
Entre a avenida e a calçada
Passa correndo o caminhão
E interrompe a caminhada
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