Era entre dezembro e a eternidade, e no meio de tudo um ponto. E o ponto se movia e sumia no escuro. E era alto e feio o muro. Não tinha cor... Tinha cheiro de vida besta. "E atrás do muro o que tinha?". Tinha tanta coisa que hoje não tem mais... Hoje é a dor e o desespero. O ponto é apenas raro limite entre opostos. Opostos que quase se misturam. Que de longe parecem juntos, de perto a dicotomia vence. "E se chega a escolha?". A escolha é lúdica e breve. É só olhar pra trás e imaginar o ponto se movendo; ele não tem lugar pra si, pra se encontrar. Não deve fazer sentido. E eu não quero que faça. Volto ao que foi e ao que era... Por mais que pareça loucura, sadismo. Quero qualquer bobagem. “E o tempo?”. O tempo é o pai de tudo. O tempo agradece a dádiva. E tudo se acostuma novamente ao comum - é fácil. As crianças continuam chorando e sorrindo por doces; continuam andando em seus crocodilos...
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2 comentários:
Cara, ecelente! Simplesmente magnífico!
Não em versos e com imagem. Tão bom quanto!
Pressionantchy!
=]
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