Terno, tiro e caviar

23 de out. de 2009
Da morte para capa
Por arma de porcelana e prata
Levemente manuseada
Por madame, cigarro e dedos
Vestido vermelho, salto
Cigarros negros, finos
Piteira trinta centímetros

Deu-me três cliques fatais
No peito, no peito, no peito
Reflexos manuais perfeitos
E orgasmos por trabalho bem feito

Que eu vestia humildemente: terno
Próximo à lady parecia hippie
Levantou seu vestido chique
Deixando à mostra o sapato
Personalizado Manolo Blahnik

E seguiu-estralou pela calçada
Com tapete preto, forrada
Para a dama flutuar efusiva
Entrou na limusine madrepérola

Em movimento, com o champanha aberto
Lá dentro esperava o motorista
Francês, poliglota e dislexo
Nascido em terroir


E eu lá fiquei no cair-carão
Esperando o flash disparar
A foto batida antes da polícia
Chegar e o morto imortalizar

2 comentários:

Auíri Au disse...

Adoro esse jogo que você faz com o som das palavras.
Até José!!

Joanna disse...

Alguma coisa contra quem fuma cigarros pretos?
Ah, bom... pensei! ;)


Bjo!!