Cada um, samba a nota
A nota oferecida
Na bandeja com ou sem
Bebida
Na bandeja com ou sem
Não vale a pena sambar
Se o batuque não é bom
É melhor ajoelhar, rezar
Pressa zica passar
Pega a cadeira, Janaína
E passa pra lá
Põe a cadeira no canto
E sem canto
Vá se sentar
Põe a cadeira no canto
E sem encanto
Vá se sentar
Põe essa cadeira no canto
E aos prantos
Vá se sentar
Rapa pra lá
Esse samba não compensa
Até essa zica passar
Deixa o garçom voltar
Vou pedir uma bebida
Pra gente se animar
Vou pedir uma bebida
Com ou sem medida
Na bandeja com ou sem
Na bandeja com ou sem
...
A pergunta que perturba é: como controlar a dormência da consciência que de dentro de nós avança? Como se dormíssemos pro mundo e só existíssemos pra dentro. Um dentro superficial. Longe do fundo e perto da tampa. Existir é fácil, difícil é sentir a existência. Ser consciente dos "eventos" que são percebidos pelos sentidos não é complicado. Mas os sentidos são exatos? Os sentidos são falhos!, como falha é a consciência. Fadados à fabilidade. Fadados ao desespero da tampa longe do fundo. Ao desespero na ponta do abismo; ao desespero que não enlouquece, mas atormenta. É como carregar a dor da perda e nunca descobrir o que foi perdido. É um problema sem solução. E sem solução não há problema. Pela metade: A existência, a consciência, os sentidos, a verdade... Vivemos pela metade, sentimos pela metade, somos a metade - que não é parte nem todo. Existimos no limite. No limite do meio termo.
Beijinhos
8 de dez. de 2009Beijinhos coloridos,
Voadores, mágicos
Que flutuam,
E correm assustados,
Ao som da gargalhada;
"É a bruxa, é a bruxa"
E os beijinhos se escondem
E não aparecem mais...
O mundo então entristece
E o amor desaparece
"E tale coisa" e "coisa e tale"
Para o campo!
Próximo ao campo desejo estar
Para das bestas selvagens me rodear
E das bestas urbanas me afastar
Para das bestas selvagens me rodear
E das bestas urbanas me afastar
Bum!
7 de dez. de 2009
Eu quero um encanamento novo
Que canalize a intensidade
Dos meus quase-sentimentos noturnos
Tão fortes e tão fulgazes
Que canalize a intensidade
Dos meus quase-sentimentos noturnos
Tão fortes e tão fulgazes
Para o sangue sobre o chão
O sonho da menina correndo sem fita no cabelo
Rompido quando abrem à porta e chamam, chamam
E eu atendo o telefone, sem café, sem alegria
Só o gosto de sangue que sobrou do sonho
Eu sou o que sobrou dos meus sonhos
E eles foram tantos, tantos que eu esqueci quase todos
E eu era muito, tanto e transbordava
Era prato cheio de coisa boa
Era uma explosão de areia no centro da cidade
Todo mundo me via e eu queria assim
Mas sempre acordava e só sobravam migalhas
E migalhas são coisas poucas, de menos, são falta...
Nem precisam de prato, cabem mesmo na mão
Rompido quando abrem à porta e chamam, chamam
E eu atendo o telefone, sem café, sem alegria
Só o gosto de sangue que sobrou do sonho
Eu sou o que sobrou dos meus sonhos
E eles foram tantos, tantos que eu esqueci quase todos
E eu era muito, tanto e transbordava
Era prato cheio de coisa boa
Era uma explosão de areia no centro da cidade
Todo mundo me via e eu queria assim
Mas sempre acordava e só sobravam migalhas
E migalhas são coisas poucas, de menos, são falta...
Nem precisam de prato, cabem mesmo na mão
Uma Porta
Tem um olho
E o olho abre
Tem uma boca
Que se abre toda
Na frente da casa
Tem uma porta
Que está fechada
Nunca foi aberta
Quem a colocou ali
Saiu pelos fundos
E o olho abre
Tem uma boca
Que se abre toda
Na frente da casa
Tem uma porta
Que está fechada
Nunca foi aberta
Quem a colocou ali
Saiu pelos fundos
Tem doce
2 de dez. de 2009
A janela fecha e abre
A escada sobe e desce
Quem tem cadeira remexe
Quem não tem fica quadrado
Lá na Laje tem gingado
Tem churrasco e tem a Nega
Se escorrega na ladeira
Só sossega aqui em baixo
Na cozinha tem um tacho
No tacho tem doce, doce
A escada sobe e desce
Quem tem cadeira remexe
Quem não tem fica quadrado
Lá na Laje tem gingado
Tem churrasco e tem a Nega
Se escorrega na ladeira
Só sossega aqui em baixo
Na cozinha tem um tacho
No tacho tem doce, doce
A casa da rua da festa
1 de dez. de 2009De cada vontade
A diversão que ela vale
O grito na festa, é o grito
É a festa, é a fresta do grito
Que ecoa na rua
Na rua da casa da festa
E a fresta ilumina a rua escura
A luz da fresta ilumina
A diversão à vontade
É tarde, se sabe
E cabe ao dia
Acabe a noite
E a festa da casa da rua
Que a fresta ilumina
Perpetua
A raça perpetua
Um, dois, três e sempre.
30 de nov. de 2009
Um verso:
Só...
Dois:
Hum!
Hum...
Três versos:
Infinito...
Sempre...
Tanto...
O infinito basta a si mesmo.
Só...
Dois:
Hum!
Hum...
Três versos:
Infinito...
Sempre...
Tanto...
O infinito basta a si mesmo.
Título? [2]
O que seria o indeciso?
Um retrato torto do narciso?
Uma mistura de grito com sorriso?
Um cisco no mamilo?
Um grilo sem volume?
Um pasto sem estrume?
Acho que não!
Indeciso é quem sofre de indecisão...
Um retrato torto do narciso?
Uma mistura de grito com sorriso?
Um cisco no mamilo?
Um grilo sem volume?
Um pasto sem estrume?
Acho que não!
Indeciso é quem sofre de indecisão...
Título?
Que preguiça!, dos poemas...
Emas-emas-emas
Que preguiças!, dos poetas...
E das rimas?!
Que chatice!
Sem preguiça da Alice...
E do Alpiste!
E do muro pintado de preto!
E das velhas no ponto de ônibus!,
São só enfermidades...
Ah!, chega dar saudade
Essas velhinhas são tão bonitinhas,
E as tetas então?
OH! Que escuridão...
Emas-emas-emas
Que preguiças!, dos poetas...
E das rimas?!
Que chatice!
Sem preguiça da Alice...
E do Alpiste!
E do muro pintado de preto!
E das velhas no ponto de ônibus!,
São só enfermidades...
Ah!, chega dar saudade
Essas velhinhas são tão bonitinhas,
E as tetas então?
OH! Que escuridão...
Dez dias sem Tereza
28 de nov. de 2009Na mesa ela se senta
E em sua mente sente ser
Tereza novamente,
Tereza é de um jeito
Que ninguém consegue ser
Ela mente de repente, e
Eu nunca irei saber.
E na mesa com Tereza
O dia inteiro se vai...
Aonde vai Tereza
A vida ela atrái
Dez dias sem Tereza
São dez dias demais
Eventos
27 de nov. de 2009
A memória é objeto
De um evento ocorrido
Pode vir da torneira que pinga
Ou do pingo da consciência que resta
.
A memória é criada, procria e se estabelece
Quando se precisa ela desce...
Do pedestal da saudade.
De onde vem a lembrança
Daquilo que ocorreu
No meu sonho de criança?
Ela existe e machuca;
Desespera e avança...
Eram as agulhas, me lembro
Vindo de todos os lados
Um quarto branco e quadrado
Com linhas em novelar eterno
Ao redor de tudo um lago,
Um amanhacer e o inferno.
De um evento ocorrido
Pode vir da torneira que pinga
Ou do pingo da consciência que resta
.
A memória é criada, procria e se estabelece
Quando se precisa ela desce...
Do pedestal da saudade.
De onde vem a lembrança
Daquilo que ocorreu
No meu sonho de criança?
Ela existe e machuca;
Desespera e avança...
Eram as agulhas, me lembro
Vindo de todos os lados
Um quarto branco e quadrado
Com linhas em novelar eterno
Ao redor de tudo um lago,
Um amanhacer e o inferno.
Urso
José gosta de mel
Sapateia de tristeza
Quando seu cigarro acaba
Vai-se junto a beleza
Sua mãe quando menina
Deixou a sopa na mesa
E morreu...
José sobreviveu;
E nem você, muito menos eu
Iremos entender
O problema do porque
Do José
Não gostar de sopa
Sapateia de tristeza
Quando seu cigarro acaba
Vai-se junto a beleza
Sua mãe quando menina
Deixou a sopa na mesa
E morreu...
José sobreviveu;
E nem você, muito menos eu
Iremos entender
O problema do porque
Do José
Não gostar de sopa
A parte
A parte interessante
É a parte que releva
Responde com silêncio
Apaga.
A parte que morde.
Que vai embora cedo...
A parte que leva os pedaços,
Guardados dentro de si.
Que não fala que ganhou
Um anel de diamantes.
A parte que de mim esconde.
E que o todo sente calada.
A parte interessante,
Vive antes da fala.
É a parte que releva
Responde com silêncio
Apaga.
A parte que morde.
Que vai embora cedo...
A parte que leva os pedaços,
Guardados dentro de si.
Que não fala que ganhou
Um anel de diamantes.
A parte que de mim esconde.
E que o todo sente calada.
A parte interessante,
Vive antes da fala.
Curva
25 de nov. de 2009
O que tem no fim da pista?
Uma ruiva peladona?
Um CD inédito
Da Madonna?
O que tem no fim da pista?
A vida eterna num vidro?
Um susurro, um gemido?,
O Elvis Presley perdido?
No fim da pista tem um cemitério
De estrelas colossais caídas.
Uma mesa sem mistério
Sem cosmos dando a partida...
O fim da pista ela avista
Se na mão tem um cigarro
Rock no som do carro
Os cabelos livres na estrada
Ela mira o infinito
Acelera forte e bate
Capota bonito!
E o vento leva
As chaves de casa...
Uma ruiva peladona?
Um CD inédito
Da Madonna?
O que tem no fim da pista?
A vida eterna num vidro?
Um susurro, um gemido?,
O Elvis Presley perdido?
No fim da pista tem um cemitério
De estrelas colossais caídas.
Uma mesa sem mistério
Sem cosmos dando a partida...
O fim da pista ela avista
Se na mão tem um cigarro
Rock no som do carro
Os cabelos livres na estrada
Ela mira o infinito
Acelera forte e bate
Capota bonito!
E o vento leva
As chaves de casa...
Leveza
E quando tudo pesa?
É o encotro das coisas?
Que se acumulam sólidas?
O fim de um ciclo?
Assim sem sentido?
Quando o fim se aproxima, pesa?
Pesa a dor doída na alma?
A dor pelo o que foi perdido?
Sem ser sabido o que era?
Seria a areia mórbida dos domingos?
Da morte no verão seco?
Da música sem melodia?
Do barulho da água no fundo do poço?
Pesa a vida lerda que passa?
Pesa a noite que trás o frio?
Pesa a dor do tapa?
O vazio?
É o encotro das coisas?
Que se acumulam sólidas?
O fim de um ciclo?
Assim sem sentido?
Quando o fim se aproxima, pesa?
Pesa a dor doída na alma?
A dor pelo o que foi perdido?
Sem ser sabido o que era?
Seria a areia mórbida dos domingos?
Da morte no verão seco?
Da música sem melodia?
Do barulho da água no fundo do poço?
Pesa a vida lerda que passa?
Pesa a noite que trás o frio?
Pesa a dor do tapa?
O vazio?
Suor
23 de nov. de 2009
Quanto marasmo de vida!
Esse tempo é um sopro da morte
Ardendo entre chamas-fantasmas
E dias de suor eterno
É quando do abismo abrem-se
As portas douradas do inferno
Esse tempo é um sopro da morte
Ardendo entre chamas-fantasmas
E dias de suor eterno
É quando do abismo abrem-se
As portas douradas do inferno
Assinar:
Postagens (Atom)